quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

História do Conjunto Marumbi



Originalmente o Conjunto Marumbi era chamado pelos índios da região de “Guarumbi” (Montanha azul) e podem acreditar, um dos pontos de partida do montanhismo brasileiro se deu no estado do Paraná quando Joaquim Olimpio de Miranda, liderando uma pequena equipe de aventureiros, resolveu escalar os 1539 metros do Conjunto Marumbi no dia 21 de agosto de 1879. Pode-se dizer que esta ascenção é o marco inicial do montanhismo brasileiro, visto que foi a primeira vez que um grupo de pessoas subiu uma montanha pura e simplismente pelo prazer de desfrutar seus desafios e seu panorama. Posteriormente o cume foi nominado de “Olimpo” em alusão ao nome do conquistador e a morada dos deuses na mitologia grega. Em 1880, um ano depois de sua primeira ascenção, Joaquim Olimpio repete a façanda, desta vez acompanhado deAntonio Pereira da Silva, José Antonio Teixeira, João Ferreira Gomes, Pedro Viriato de Souza, e os Capitães José Ribeiro de Macedo e Antonio Ribeiro de Macedo, este último deixando a seguinte anotação:
“Sempre chamou a attenção pela sua belleza e grande altura, a serra do Marumby, que se eleva garbosa na Cordilheira do Mar, a um kilometro a oeste d’esta villa Pôrto de Cima.
Formado de diversos picos, que ao longe se confundem e parecem unidos, apresentando uma larga cumeada, – o Marumby -, com as suas mattas gigantescas na base com seu aspecto colossal, maravilha ao observador e fal-o contemplar com admiração a magnificência d’esta obra da natureza.
Era pois natural o desejo que muitos nutriam de fazer a ascensão da referida montanha, para ver de perto as suas bellezas.
Mas até ainda há pouco o Marumby era julgado inascessível. O povo chegara-o a considerar com um respeito supersticioso. A crença popular até revestiu-o de um prestigio sobrenatural, concedendo-lhe o poder de vedar o acesso a todo e qualquer que pretendesse attingir ao cume.
Contavam-se d’elle lendas fabulosas: dizia-se que tinha no cume uma lagôa de ouro e que portanto era o depositário de immensas riquezas.
Também dizia-se que desde que qualquer tentava subir era detido por um temporal que nunca deixava de desaguar-se por mais que o tempo estivesse bonançoso e firme.
Dizia-se mais que os metaes existentes também impediam a ascensão, fazendo tão grande alarido quando qualquer se approximava que ninguém se atrevia a continuar a subir por mais temerário que fosse.
Os homens, porém, de razão mais esclarecida, que não alimentavam esses erroneos conceitos, esbarravam com outra ordem de difficuldades. Alguns que fizeram tentativas mais serias para subir nunca encontravam a verdadeira vereda: chegavam a logares onde tinham de recuar, ou detidos por muitos rochedos a prumo, ou por precipicios e abysmos que não era possível transpor.
Em agosto do anno passado, porém, os Srs. Joaquim Olympio de Miranda e Joaquim Antonio Coelho, dotados de vontade enérgica e perseverante, foram mais felizes do que os exploradores anteriores, conseguindo, cada um à frente de alguns homens, subir por lados differentes a dous pontos dos mais altos da montanha, não distantes ente si.
Estava vencida a difficuldade, estava quebrado o encanto: em dous pincaros elevados do Marumby fluctuavam duas bandeiras!”

Joaquim Olimpio escalou o Marumbi várias outras vezes, até sua morte em 1900.
O significado dos nomes dos cumes:
Olimpo: era o anteriormente chamado Pico Marumbi, que teve o nome trocado para homenagear o Olímpio, seu conquistador;
Esfinge: nome dado porque, vista da Estação, representa o perfil de um rosto, de uma esfinge, que nada tem a ver com a famosa Esfinge egípcia;
Abrolhos: por lembrar a forma dos rochedos que afloram no oceano;
Torre dos Sinos: de inspiração cristã, refere-se a um setor do Conjunto, situado na parede sul do Desfiladeiro das Catedrais que representa ter estilo gótico, com cerca de 4m de largura e 300m de altura; observado do sentido leste para oeste era considerado como ideal para a construção das catedrais;
Ponta do Tigre: por parecer “um tigre em posição de salto”;
Gigante: visto da Estação representa um “gigante adormecido”.

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