sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ESTRADA DA GRACIOSA


Em setembro de 1959, o governador Moyses Lupion - junto com autoridades de Antonina, Morretes e Paranaguá - fez a entrega oficial do tráfego do trecho que vai da ponte sobre o rio Mãe Catira a São João da Graciosa (PR-51), na rodovia Curitiba-Antonina. O trecho pavimentado ligava Antonina à estrada imperial da Graciosa, colocando finalmente Antonina em contato com a capital Curitiba. Esta ligação era estratégica para o tráfego local, pois a auto-estrada Curitiba_paranaguá - BR-35 - estava em construção e a BR-6 (Anhaia - Morretes - Antonina, ligação natural para o porto de Antonina não saiu das pranchetas). 
Ao pé do obelisco, erigido no trevo das estradas que vão a Paranaguá e Antonina, falaram Moyses Lupion, Lolô, Ladislau Lachowski, Carlos Maia (prefeito de Antonina), em setembro de 1959

BR-X - a ligação da Estrada da Graciosa com a BR-2 (BR-116)


O DER-Pr ficou responsável pelas obras da BR-2 (hoje, BR-116), ligando Curitiba a São Paulo, do trecho entre o Atuba até as cabaceiras do rio Taquari, paralelamente ao leito da tradicional Estrada da Graciosa. Em uma viagem de avião para São Paulo, quando Lolô passava por sobre a Graciosa, até então único caminho para as praias do Estado, percebeu que seria possível ligá-la à moderna BR-2. A partir da encosta oeste da BR-2, uma pequena ligação foi planejada até a garganta do alto da Serra da Graciosa. Lolô planejou o traçado, marcando a partir de um avião, com sacas de cal sobre os 8 km necessários. O trecho foi denominado BR-X.  

Moyses Lupion (chapeuzinho branco), Lolô Cornelsen (a sua esquerda) ouvem o prefeito de Antonina durante inauguração do trecho da cidade a Mãe Catira, 1960.

Vista da ligação entre a BR-2 e a Estrada da Graciosa. Trecho denominado de BR-X, 1959.
Esparramando solo cimento no trecho de ligação da estrada da graciosa à BR-116. Por causa das chuvas, para asfalta-lo, utilizou-se o sistema a frio.

Perto do caminhão, o governador Lupion ouve o diretor-geral do DER, Lolô Cornelsen, durante imprimação de asfalto no trecho Antonina-Mãe Catira, litoral paranaense, em 1960.
 
Discurso de Lolô no ato inaugurativo da rodovia PR-51, Antonina - Curitiba.
Este monumento histórico, que é a imperial estrada da graciosa ficou reservado a prestar ainda destacada função. Em ritmo acelerado, acha-se a construção do trecho Curitiba-Paranaguá da Rodovia Governador Lupion. 
Esta inauguração é apenas a seqüência de uma cadeia rodoviária que, iniciada em Paranaguá, atravessa pela capital do estado, segue por Campo Largo, atinge São Luiz do Purunã, de onde prosseguirá para POnta Grossa, Tibagi, Ortigueira, Apucarana, Jandaia do Sul, Mandaguari e Maringá, constituindo um eixo rodoviário de importância excepcional na vida econômica do Paraná. Esta estrada tem um significado elevadíssimo na vida financeira do Paraná, sobretudo, nacional, porque por ela se escoa a produção cafeeira do estado, que é 60% do total brasileiro e representa 70% do valor da produção estadual.
Lutando com orçamento anacrônico, estribado ainda nos preços e valores de quatros anos passados, face à manobra impatriótica e obstrucinista das oposições estaduais, o governador Moyses Lupion tem realizado uma tarefa ingente em benefício do Paraná, dispensando nisso sua grande capacidade administrativa, que sabe realizar muito com poucos recursos.
O DER organizando seu programa de obras, prevê uma política de transporte na qual se compreende a conservação com melhoramentos na rede de estradas, ora em tráfego, quer quanto às condições de traçados, quer quanto à chapa de rodagem, incluindo-se a concretização de obras novas; quer, também, quanto à abertura da plataforma nos trechos que mais são preciosos e da pavimentação exigida pela intensidade do tráfego e pelas peculiaridades do leito da rodovia, onde isto se fizer mister.
Nenhum obstáculo nos deterá, mesmo o exemplo de nosso governador nos estimula na luta em que estamos envolvidos. Que o povo desta região saiba compreender o esforço gigantesco do governo de S. Excia., para atender aos legítimos anseios da população do interior.

Primeira ponte após o portal da saída da BR-116.
Trecho pronto para a pavimentação
Lupion (centro, chapéu branco) e Lolô (à direita) visitando trecho da graciosa.
Lupion (mão na cintura) visitando trecho da graciosa.
A parte histórica da Estrada da Graciosa, do tempo do Império, foi retificada. Com 8 a 17 metros de largura, seu traçado foi modernizado para acomodar o trânsito de veículos maiores e recebeu tratamento paisagístico em seu trecho na serra, com beijinhos coloridos importados do Uruguai.
Trecho entre São João da Graciosa e Antonina, 1959

Portal da entrada da cidade de Antonina, 1959.



Obelisco da Graciosa


O artista plástico Nilo Previdi, diretor de paisagismo do DER, finaliza os últimos detalhes do portal de entrada da Estrada da Graciosa, no trevo com a BR-116, em 1960. O letreiro diz: DER: Plano de Obras, Governador Lupion, Rodovia Curitiba-Antonina, dezembro de 1960.

O texto abaixo foi inscrito no painel ao lado de um dos obeliscos comemorativos, na entrada da Estrada da Graciosa. O obelisco e o mural foram destruídos, em 1961, pelo governo Ney Braga. Hoje, no lugar, encontra-se o Portal da Graciosa, construído pelo governador Jaime Lerner.
A estrada é como um rio: fertiliza a terra, cria o pão, é poesia e convida o homem a avançar sempre mais. Também como o rio, raramente deixa memória das lutas que vencemos para chegar ao fim, que é sempre outro princípio de caminhada. Pouco importa, entretanto, essa memória. O que importa é que as águas corram, a estrada avance e que o homem sinta que há sempre um caminho de liberdade ante seus olhos”.
Ayrton Cornelsen
dezembro, 1960

histórias do lolô



Essa variante foi abandonada pelas características de seu solo. Lolô conta que uma de suas máquinas desapareceu completamente em um atoleiro, forçando um novo traçado para a estrada da Graciosa. A máquina quase lhe custou um processo por roubo de equipamento.

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