quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Conheça um pouco da história dessa importante ferrovia:

Conheça um pouco da história dessa importante ferrovia:

     A linha Curitiba-Paranaguá é uma das mais famosas no Brasil e mesmo no mundo, foi uma obra construída sobre a Serra do Mar que teve de vencer os óbvios obstáculos da serra, que pareciam intransponíveis nos anos 1880. Aberta pela então Estrada de Ferro Paraná, o primeiro trecho foi inaugurado em 19 de dezembro de 1883, na baixada, e no início de 1885 alcançava Curitiba, tendo sido esta a primeira ferrovia do Estado do Paraná, prolongada apenas em 1891 a partir de Curitiba. Em 1892, um ramal partindo de Morretes levou o trem até outro porto, o de Antonina.
     A linha ainda é hoje praticamente a original, tendo deixado de partir da estação velha de Curitiba, em 1972, para partir da nova, a cerca de apenas um quilômetro da antiga. Até hoje correm trens de passageiros por ela. A linha, incorporada depois pela RVPSC, passou ao controle federal da RFFSA em 1957 e em 1997 foi incorporada na privatização pela FSA - Ferrovia Sul Atlântico, que em 1999 tornou-se a ALL - América Latina Logística.

História:
No dia primeiro de maio de 1.875, D. Pedro II assinou o decreto imperial autorizando a construção da Ferrovia Curitiba – Paranaguá. O início da construção se deu em fevereiro de 1.880, porém a pedra fundamental da ferrovia só foi lançada no dia 5 de junho, em Paranaguá. As obras foram divididas em três seções: a primeira, com 42km, entre Paranaguá e Morretes; a segunda, com 38km, ligando Morretes a Roça Nova e a terceira, com 30km, entre Roça Nova e Curitiba, tendo os trabalhos iniciados quase que simultaneamente em todas as frentes.
     Durante os cinco anos que se seguiram desde o início das obras, muito trabalho, muito sacrifício e sobretudo a determinação dos excelentes engenheiros, incansáveis mestres de obras e heróicos trabalhadores concretizaram um sonho há muito imaginado. Um projeto visto como impraticável por engenheiros europeus, fora finalmente executado com sucesso. Porém, dos nove mil que participaram da empreitada, aproximadamente cinco mil vieram a falecer devido a todas as dificuldades adaptativas. Foram utilizados trabalhadores de origem alemã, polonesa, italiana, africana, entre outros. Foi proibido o uso de mão-de-obra escrava. O salário era entre 2 e 3 mil réis por jornada por trabalhador braçal. A grande maioria foi recrutada nas regiões litorânea e de Curitiba e era composta de camponeses que abandonaram a atividade agrícola. Ao término da construção, muitos tiveram dificuldades de recolocação na antiga atividade.

Acima: Abertura do leito da ferrovia na encosta da montanha.
A estrada foi inaugurada no dia 2 de fevereiro de 1.885. O trem saiu de Paranaguá às 10h conduzindo autoridades federais e estaduais, jornalistas, engenheiros que participaram da construção e outros convidados. O trem inaugural chegou em Curitiba às 19h, onde cinco mil pessoas o aguardavam.

Acima: Construção da ferrovia em meio a Serra do Mar

Acima: Construção do Viaduto Sinimbú.

Acima: A magestosa ponte São João no seu formato original, ainda sem o arco construído para reforço, devido o peso das novas locomotivas.
Com a extensão de cento e dez quilômetros, a ferrovia conta com quatrocentos e vinte obras de arte da engenharia mundial, incluindo quatorze túneis, trinta pontes e vários viadutos de grande vão, destacando-se a Ponte São João, a maior e mais importante, com altura de cinqüenta e cinco metros sobre o fundo da grota, e o Viaduto Carvalho, ligado ao Túnel do Rochedo e assentado sobre cinco pilares de alvenaria, na encosta da própria rocha, o que provoca a incrível sensação de uma viagem no espaço. Foi o primeiro viaduto com estas características a ser construído no mundo.
A ponte São João já com o arco construído posteriormente.

Acima: Ponte São João no formato original.

Acima: Viaduto Sinimbú.
O ponto mais elevado da linha encontra-se a oeste do Túnel Roça Nova, onde a linha atinge novecentos e cinqüenta e cinco metros sob o nível do mar, e, o mais baixo na Estação do Porto D. Pedro II, em Paranaguá, a cinco metros acima do nível do mar. Na Estação do Marumbi, esta linha férrea passa ao lado de um conjunto de picos, chamados pelo mesmo nome. O pico mais alto do conjunto é o Olimpo, com mil quinhentos e trinta e nove metros de altura. O caminho passa ainda por Morretes e Porto de Cima.

Acima: Auto de linha sobre o Viaduto Carvalho.
Trem no trecho da Serra do Mar.
Litorina no trecho.

Acima: A casa Ipiranga onde se hospedou o Imperador D. Pedro II

Acima: A casa do Ipiranga no seu formato original, antes do abandono.

Acima: O trem viajando entre as belesas da Serra do Mar.

Acima: O túnel de Roça Nova desativado.
As Litorinas em viagem pela ferrovia.

Acima: O Viaduto Carvalho, um dos cartões postais mais famosos do Paraná.

Nenhum comentário:

Postar um comentário