A longo da sua história a Rua São Francisco já se chamou Rua do Hospício; do Riachuelo; do Terço; e a mais antiga denominação – datada de 1786 – Rua do Fogo. O nome atual é de 1867.
O nome de Rua do Fogo não veio em vão. Antes de se tornar a tradicional São Francisco, a via tinha seu cenário marcado por uma legião de senhoras que se aproveitavam das pensões ou “casas de cômodo” próximas com o intuito de ganhar a vida através do que viria a ser chamado de lenocínio, ou mesmo, cafetinagem. Por muito tempo a Rua do Fogo acabou esquecida dos projetos urbanos de Curitiba, causando uma debandada de comerciantes e moradores. A primeira grande preocupação aconteceu com a proibição de concessões para novas instalações na região, o que gerou a mudança das “profissionais” para a Rua Ratcliff, atual Westphalen.
As perturbações da Rua do Fogo não tiveram fim. Após pressão da Câmara e de políticos, a via passaria a se chamar São Francisco, em homenagem ao das Chagas, e que no imaginário da época traria um conceito mais moral e de respeito ao local. Localizada no coração de Curitiba, a Rua São Francisco é uma das mais tradicionais e antigas da cidade. Atualmente, mesmo após uma revitalização recente, ainda é possível contemplar aspectos históricos como a antiga calçada e a argola usada para prender animais. Segundo Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba, esta argola se localiza em frente à antiga Ferraria dos Tod, estabelecimento que daria outra hipótese para o nome de Rua do Fogo em função do forno no local.
A revitalização recente, além de preservar a história, trouxe importantes melhorias para a região. As calçadas foram alargadas, passando em um dos lados de 2 metros para cerca de 3,5 metros com implantação de placas de concreto de alta resistência na cor vermelha, e a iluminação pública ganhou o reforço de mais de 30 postes e arandelas com o intuito de destacar a fachada dos imóveis da região.
Referências:HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
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