A antiga “Rua Carioca do Campo” é hoje a Riachuelo, que fica no centro da cidade e liga a antiga prefeitura – atual Paço da Liberdade - até a Praça 19 de Dezembro. Servia de ligação para o litoral do estado – na época “Província”. Além disso, ligava o Caminho da Marinha, como era conhecida a atual Av. João Gualberto, ao centro da cidade.
Ao longo da história, a via teve ainda mais denominações, como Rua Lisboa, Rua dos Veados e Rua do Campo. O “dom” para o comércio nasceu cedo na região, aproximadamente em 1850. Os principais comerciantes eram portugueses, que vendiam propriedades, ferragens e secos e molhados. Foi essa vocação que fez surgir um maior interesse da Prefeitura pela região. Com o fluxo de pedestres aumentando cada vez mais, a via foi pavimentada.
Em 1871, a via passou a se chamar Riachuelo, entre a Rua Direita e o Largo da Carioca. O nome é referente a uma lembrança da Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. Nos anos seguintes, a proximidade com o Mercado Municipal da época; a inauguração da Estrada de Ferro, em 1885; e do Passeio Público, em 1886, deixaram a região ainda mais movimentada, definindo a Riachuelo como uma importante região comercial da cidade.
Com a inauguração dos bondes, em 1887, a rua começou a ter traços mais modernos. Posteriormente, a influência de imigrantes europeus também mudaria a cara da região, tornando-a “cosmopolita”. Na metade do século XX, uma nova mudança étnica aconteceu na região. Os sírios-libaneses começaram a comprar os estabelecimentos de italianos, alemães e portugueses, que começaram a se agrupar em regiões periféricas da cidade – como no caso do bairro italiano de Santa Felicidade.
Nos últimos 40 anos, a Riachuelo foi perdendo seu brilho. O descuido das autoridades, somadas a desvalorização dos imóveis, deixou a região abandonada. Uma revitalização se fazia cada vez mais necessária, e há poucos anos isso começou. As vias da região foram consertadas, as calçadas reconstruídas, a iluminação ampliada e a polícia voltou a frequentar mais a região. As ações ainda não trouxeram o glamour de tempos anteriores, mas já deram uma nova cara a região.
Alguns destaques da Rua: Palácio Riachuelo e o Relógio Centenário.
Referências:BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS. Cores da Cidade: Riachuelo e Generoso Marques. Curitiba: FCC. 1996. 90p.HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
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