domingo, 19 de outubro de 2014

Rua Treze de Maio

A partir da segunda metade do século XIX a atual Rua Treze de Maio já possuía a denominação de Rua Direita. Na época, a via era bastante conhecida pelo fato de abrigar a residência de Major Floriano Berlintes de Castro. Ainda na década de 1860 ganhou calçamento que teve início no “canto do beco da Ordem Terceira” e se estendeu até a Rua Riachuelo. Em 1861, a Rua Direita viria a ser chamar Rua Direita dos Alemães – em razão da forte presença da etnia que transitava e realizava comércio na região.
O aspecto pacato e rural perdurou até os anos de 1880. Em 1886, com a inauguração do Passeio Público, o local passou a receber uma maior valorização. Alia-se a isto o fato de Curitiba ter vivido no período a prosperidade com o comércio da erva-mate e a exploração da madeira.
Destaque para as construções antigas da via, como por exemplo, a Casa dos Guimarães – destinada residência da alta burguesia no século XIX e que serviu de ponto comercial posteriormente. Após um incêndio em 1979, o local foi totalmente recuperado e atualmente é sede do Ponto de Cultura Solar dos Guimarães. A via também abriga o Teatro José Maria Santos – antigo Teatro da Classe e Teatro 13 de Maio; além do Lala Schneider; Edson D’ Ávila; e o Barracão EnCena.
Apesar das antigas pedras de paralelepípedos terem dado lugar ao asfalto em 1975, a Rua Treze de Maio ainda é característica do Centro Histórico com seus imóveis e prédios de baixa altura. O nome Treze de Maio veio em referência ao Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, registrada em 13 de maio de 1888. A Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel.
Referências:
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
IPPUC. Nome de Rua. Disponível em <http://ippucweb.ippuc.org.br>.
JORNAL DO CENTRO CÍVICO (Gilmar Filipack). Rua Treze de Maio: Sua história e seu tempo presente. 2004.

Rua José Bonifácio

A história da Rua Fechada nos remete ao início do desenvolvimento de Curitiba. Com a chegada dos desbravadores em busca do ouro e a instalação do Pelourinho, no ano de 1668, simbolizando o Reino de Portugal, os moradores recém chegados a região passaram a procurar locais próximos para servir como residência.
O espaço escolhido se encontrava próximo onde atualmente está localizada a Catedral Basílica de Curitiba, tendo ao norte a futura Igreja da Ordem, considerada a primeira na história da cidade. Estava assim, formada a pequena viela que pode ser considerada a pioneira do atual desenho de Curitiba. O nome de Rua Fechada é em função da demolição da velha capela de pau a pique, que mais tarde acabou se transformando na Igreja Matriz e atualmente na Catedral de Curitiba. Como a nova construção se localizava na rua, o local acabou ficando impossibilitado de receber tráfego, recebendo assim o seu primeiro nome. Com a chegada da Catedral, a Rua Fechada voltou a ter livre acesso para se tornar um importante centro comercial da época.
O atual nome, José Bonifácio, veio em 1886 para homenagear José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como ‘’Patriarca da Independência’’ pelo fato de ter atuado decisivamente no contexto da época. A Rua José Bonifácio se localiza no Centro de Curitiba e liga a Praça Tiradentes ao Largo da Ordem.
Referências:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p

Rua Pres. Carlos Cavalcanti

Rua do Saldanha é a atual Rua Presidente Carlos Cavalcanti. O nome atual é em homenagem ao ex-presidente do Paraná, Carlos Cavalcanti de Albuquerque – na época, o cargo de governador era chamado de “Presidente do Estado”. O carioca ficou no no cargo de 25 de fevereiro de 1912 a 25 de fevereiro de 1916. O município de Carlópolis, que antigamente se chamava Jaboticabal, trocou seu nome para também homenageá-lo. Além desse cargo, Cavalcanti foi militar da arma de engenharia, fundador do Corpo de Bombeiros do Paraná, intelectual, orador, poeta, professor, deputado estadual, federal e senador.
Aproximadamente a partir de 1870, a via passou a se chamar Rua do Serrito. Ainda sem infraestrutura alguma, o local recebeu comércios como oficinas, depósitos de lenha e selarias após 1880. Os estabelecimentos se localizavam no trecho que compreende o Largo Bittencourt (Círculo Militar) e a Rua da Graciosa, sendo que na direção oeste que a região fez jus ao nome em função de um aclive que passava a impressão de serra. Com o passar do tempo, a atual Rua Presidente Carlos Cavalcanti foi ganhando importância e recebendo serviços e construções como a residência do Barão do Serro Azul e a chácara do Dr. Augusto Teixeira Freitas (atual Palácio das Telecomunicações).
Antes de homenagear Carlos Cavalcanti, a via se chamava Conselheiro Barradas em referência ao importante personagem histórico no contexto da Guerra do Contestado.
Referências Bibliográficas:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Avenida João Gualberto

Estrada da Marinha ou mesmo da ”Graciosa” - que também fez parte das denominações da região – se tornou o principal caminho para “sair” de Curitiba. Ligava a pequena vila até a Serra da Graciosa. Com a estruturação da via, se tornou a Estrada da Graciosa, dando continuidade a Rua da Graciosa.
Inicialmente conhecida como Boulevard Dois de Julho em função da sua beleza, aspectos arborizados e com predominância de requintadas residências, a via passou a homenagear João Gualberto Gomes de Sá Filho na segunda década do século XX após o desfecho da Batalha do Irani. Na época, o local tinha seu trecho compreendido entre a Praça 19 de Dezembro e a atual Rua Comendador Fontana. Destaque para construções imponentes de tradicionais famílias que se destacavam como grandes produtores de erva-mate, políticos importantes e outras personalidades da cidade. Com o crescimento natural do cenário urbano de Curitiba, a Av. João Gualberto ganhou trechos maiores e assenhorou-se no percurso da Estrada da Graciosa até o bairro Cabral. Da região da Igreja Bom Jesus do Cabral para a frente, a denominação continuava Graciosa.
João Gualberto Gomes de Sá Filho nasceu no Recife e com 20 anos se tornou Alferes. Pouco tempo depois, se mudou para o Paraná, servindo o 13º Regimento de Cavalaria do Exército Nacional. Em 1912, foi escolhido para Prefeito de Curitiba, mas não assumiu o posto, pois preferiu comandar o Regimento de Segurança do Estado do Paraná (PMPR).
Referências:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua Emiliano Perneta

Ao longo da história se chamou Rua das Tropas; Saída dos Campos; Caminho de Castro; Rua Nova do Ivo; Rua da Entrada; e Rua Aquidabã. Como Rua da Entrada a via tinha seu cenário marcado como uma comunicação entre a Vila e o Interior do Estado – movimentação importante na primeira metade do século XIX que apresentou tendência de procura por terrenos às margens da região.
Com início no Largo da Ponte – atual Praça Zacarias – a atual Rua Emiliano Perneta passou a ter uma rotina com casas residenciais e importantes comércios. Destaque para as colchoarias; ferrarias; tanoarias; e depósitos de lenha. A movimentação acontecia através das carroças com carregamento de mercadorias.
O combate às margens do Rio Aquidabã que acabou por decretar a morte de Solano López e o fim da Guerra do Paraguai no dia 01 de março de 1870 trouxe uma nova denominação para a via. Em 03 de novembro de 1871 a então Rua da Entrada passaria a se chamar Aquidabã. A morte de Emiliano Perneta em 1921 (Príncipe dos Poetas Paranaenses) culminou com uma nova mudança datada de 16 de janeiro de 1935.
A Rua Emiliano Perneta abrigou e ainda possui em seu trajeto uma série de históricas construções e pontos importantes. Foi sede da Escola Oliveira Bello – inaugurada em 1884 e que se situou na esquina com a Rua Ratcliff (atual Des. Westphalen); Liceu de Artes; Museu Paranaense (Praça Zacarias); redação da publicação Joaquim entre 1946 e 1948; e a Escola Normal.
A Escola Normal ganhou instalação própria em 1922 durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil. O Palácio da Instrução – inaugurado na gestão de Caetano Munhoz da Rocha – é atualmente conhecido como Instituto de Educação do Paraná Prof. Erasmo Pilotto. A instituição foi criada em 1876.
A Rua Emiliano Perneta liga a Praça Zacarias até o Largo Doutor Theodoro Bayna. A via corta importantes pontos como as Ruas Brigadeiro Franco e Visconde de Nácar.
Referências:
TREVISAN, Edilberto. Curitiba na Província – Ruas, Moradores Antigos, Explosão de Cidadania. Curitiba. 2000.
HOERNER Jr, Valério. Curitiba, 1900. Curitiba, 1984. 88p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
GAZETA DO POVO. Curitiba de musas e símbolos. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br>.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p

Rua Riachuelo

A antiga “Rua Carioca do Campo” é hoje a Riachuelo, que fica no centro da cidade e liga a antiga prefeitura – atual Paço da Liberdade - até a Praça 19 de Dezembro.  Servia de ligação para o litoral do estado – na época “Província”. Além disso, ligava o Caminho da Marinha, como era conhecida a atual Av. João Gualberto, ao centro da cidade.
Ao longo da história, a via teve ainda mais denominações, como Rua LisboaRua dos Veados e Rua do Campo. O “dom” para o comércio nasceu cedo na região, aproximadamente em 1850. Os principais comerciantes eram portugueses, que vendiam propriedades, ferragens e secos e molhados. Foi essa vocação que fez surgir um maior interesse da Prefeitura pela região. Com o fluxo de pedestres aumentando cada vez mais, a via foi pavimentada.
Em 1871, a via passou a se chamar Riachuelo, entre a Rua Direita e o Largo da Carioca. O nome é referente a uma lembrança da Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. Nos anos seguintes, a proximidade com o Mercado Municipal da época; a inauguração da Estrada de Ferro, em 1885; e do Passeio Público, em 1886, deixaram a região ainda mais movimentada, definindo a Riachuelo como uma importante região comercial da cidade.
Com a inauguração dos bondes, em 1887, a rua começou a ter traços mais modernos. Posteriormente, a influência de imigrantes europeus também mudaria a cara da região, tornando-a “cosmopolita”. Na metade do século XX, uma nova mudança étnica aconteceu na região. Os sírios-libaneses começaram a comprar os estabelecimentos de italianos, alemães e portugueses, que começaram a se agrupar em regiões periféricas da cidade – como no caso do bairro italiano de Santa Felicidade.
Nos últimos 40 anos, a Riachuelo foi perdendo seu brilho. O descuido das autoridades, somadas a desvalorização dos imóveis, deixou a região abandonada. Uma revitalização se fazia cada vez mais necessária, e há poucos anos isso começou. As vias da região foram consertadas, as calçadas reconstruídas, a iluminação ampliada e a polícia voltou a frequentar mais a região. As ações ainda não trouxeram o glamour de tempos anteriores, mas já deram uma nova cara a região.
Alguns destaques da Rua: Palácio Riachuelo e o Relógio Centenário.
Referências:
BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS. Cores da Cidade: Riachuelo e Generoso Marques. Curitiba: FCC. 1996. 90p.
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Alameda Dr. Muricy

A antiga ‘’Rua da Assembleia’’ é atualmente a Alameda Dr. Muricy, que liga o Centro Histórico a Av. Visconde de Guarapuava, cortando importantes e históricas ruas como a Emiliano Perneta e a XV de Novembro.
O nome é uma homenagem a José Cândido da Silva Murici, o Dr. Murici (1827-1879). Natural de Salvador, o médico veio até o Paraná para se tornar um dos fundadores do Museu Paranaense e da Santa Casa de Misericórdia.
A homenagem a Murici aconteceu em 1912. Até então, o caminho de barro era conhecido como Rua da Assembleia e abrigava alguns estabelecimentos “das ditas mulheres de vida fácil, sendo a mais famosa a da francesa Madame Ginet”. No local – na esquina da Rua Cândido Lopes – funcionou a primeira Câmara de Deputados de Curitiba.
Alameda Dr. Muricy abriga em sua paisagem urbana importantes edificações do cenário curitibano. Ao longo da região é possível observar uma série de prédios considerados UIPs (Unidades de Interesse de Preservação), além da Casa Andrade Muricy e o Palácio Garibaldi, considerados Bens Tombados pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná. A Alameda possui uma extensão de cerca de 1,2 km.
Referências:
O ESTADO DO PR. Curitiba 287 anos. Texto de Cid Destefani.
GAZETA DO POVO. Ruas de Curitiba – Alameda Doutor Muricy. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br>.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p

Rua do Rosário

A Rua do Rosário teve ao longo de sua história a presença de ilustres moradores. Destaque para José Hauer Sênior – proprietário da primeira usina elétrica de Curitiba e que construiu na via a mansão conhecida como Castelo Hauer. Outro notório residente foi Waldemar Curt Freyesleben, artista renomado e um dos fundadores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. O curitibano teve Alfredo Andersen como mestre de sua trajetória na arte.
Durante a década de 1940, a Rua do Rosário também abrigou importantes estabelecimentos como a Padaria do Max Rosenmann; Funerária Falce; Marmoria Vardanega; e a Pensão Paranaense. O clima pacato da época só era substituído pelo sino da Igreja do Rosário que avisava a chegada de um novo funeral. No início dos anos de 1970, a Rua do Rosário teve parte da sua extensão fechada para veículos. A liberação – em função do comércio e de uma alternativa viária na região – aconteceu no final da década de 1990.
O nome é uma referência a Igreja do Rosário – construção localizada no fim da via. O local já se chamou Rua Nova do Rosário (1773) e Rua Nova de Nossa Senhora do Rosário. Torna-se um caso atípico ao manter o nome sem grandes alterações ao longo do tempo.
Referências:
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
TREVISAN, Edilberto. Curitiba na Província – Ruas, Moradores Antigos, Explosão de Cidadania. Curitiba. 2000.
Texto de Cid Destefani.
GAZETA DO POVO. Carros voltam à Rua do Rosário. 1997.

Rua São Francisco

A longo da sua história a Rua São Francisco já se chamou Rua do Hospício; do Riachuelo; do Terço; e a mais antiga denominação – datada de 1786 – Rua do Fogo. O nome atual é de 1867.
O nome de Rua do Fogo não veio em vão. Antes de se tornar a tradicional São Francisco, a via tinha seu cenário marcado por uma legião de senhoras que se aproveitavam das pensões ou “casas de cômodo” próximas com o intuito de ganhar a vida através do que viria a ser chamado de lenocínio, ou mesmo, cafetinagem. Por muito tempo a Rua do Fogo acabou esquecida dos projetos urbanos de Curitiba, causando uma debandada de comerciantes e moradores. A primeira grande preocupação aconteceu com a proibição de concessões para novas instalações na região, o que gerou a mudança das “profissionais” para a Rua Ratcliff, atual Westphalen.
As perturbações da Rua do Fogo não tiveram fim. Após pressão da Câmara e de políticos, a via passaria a se chamar São Francisco, em homenagem ao das Chagas, e que no imaginário da época traria um conceito mais moral e de respeito ao local. Localizada no coração de Curitiba, a Rua São Francisco é uma das mais tradicionais e antigas da cidade. Atualmente, mesmo após uma revitalização recente, ainda é possível contemplar aspectos históricos como a antiga calçada e a argola usada para prender animais. Segundo Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba, esta argola se localiza em frente à antiga Ferraria dos Tod, estabelecimento que daria outra hipótese para o nome de Rua do Fogo em função do forno no local.
A revitalização recente, além de preservar a história, trouxe importantes melhorias para a região. As calçadas foram alargadas, passando em um dos lados de 2 metros para cerca de 3,5 metros com implantação de placas de concreto de alta resistência na cor vermelha, e a iluminação pública ganhou o reforço de mais de 30 postes e arandelas com o intuito de destacar a fachada dos imóveis da região.
Referências:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua Marechal Deodoro

Rua do Comércio já tinha uma base mercantil desde o século XIX. Nesta época, o local passou a receber uma série de estabelecimentos como depósitos de lenha, ferrarias, pequenas lojas, entre outros. Com o tempo, se tornou a Rua Marechal Deodoro, que atualmente é ocupada por muitos bancos, lojas de departamento, escritórios, lanchonetes, bancas de revista e de frutas, galerias e vários outros pontos comerciais. A via tem mais de 3 km de distância, começando no viaduto da Av. Marechal Humberto de A. Castelo Branco e terminando na Praça Zacarias, passando pelos bairros do Alto da XV e Centro. Antes de relembrar o espírito republicano de Marechal Deodoro e ser conhecida como Rua do Comércio, a via, na primeira metade do século XIX, era conhecida por Rua Nova da Carioca e Carioca de Baixo, época que apresentava movimento apenas entre o Largo Zacarias (Praça Zacarias) e a Travessa da Matriz. A frequente presença de viajantes e tropeiros do interior no trajeto em questão acabou por dar uma nova fisionomia à via.
Manuel Deodoro da Fonseca (1827 – 1892) foi um importante militar e político brasileiro. Participou da Proclamação da República do Brasil, em 15 de novembro de 1889, e se tornou o primeiro presidente do país (1889 – 1891). Suas principais ações no cargo visavam à efetiva implantação de um regime de Estado Republicano. Alagoano, e filho de também militar, foi também Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e comandante do 2° Batalhão dos Voluntários da Pátria.
Referências:
TREVISAN, Edilberto. Curitiba na Província – Ruas, Moradores Antigos, Explosão de Cidadania. Curitiba. 2000.
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua Barão do Serro Azul

Rua do Nogueira recebeu esse nome quando o então Presidente Provincial Antonio Barbosa Simas Nogueira mudou a sede do governo para uma casa de sua propriedade localizada na via. A residência ficava na esquina com a Rua de Serrito, atual Carlos Cavalcanti. Com isso, a antiga Rua do Louro passou a levar o nome do político.
Os primeiros registros da atual Rua Barão do Serro Azul remetem a simplicidade e ao ano de 1840, época em que Curitiba não registrava mais de seis mil habitantes. Com a construção da Estrada da Graciosa, que cortava a Serra de mesmo nome, a Rua do Nogueira passou a se chamar Rua da Graciosa, e teve seu caminho estendido até o Largo da Carioca - atual Praça Dezenove de Dezembro. A partir desse ponto, a “rua” passava a ser a “Estrada”. O progresso aumentou a sua importância, tornando a região um espaço para importantes construções como a Fundição Gottlieb Mueller, que mais tarde viria a se tornar o atual Shopping Mueller.
Atualmente, o logradouro se chama Rua Barão do Serro Azul, em homenagem ao maior exportador de erva-mate do Paraná. Ildefonso Pereira Correia(1849 – 1894), como era seu nome, nasceu em Paranaguá e foi considerado por alguns anos o maior produtor de erva-mate do mundo. Sua residência mais conhecida é hoje o Espaço Cultural Solar do Barão. Ao longo da história a via também foi chamada de Rua Nova da Entrada; Rua da Entrada; Rua Nova do Chafariz da Cruz; Rua do Loureiro; e Rua do Oceano Atlântico.
Referências:
TREVISAN, Edilberto. Curitiba na Província – Ruas, Moradores Antigos, Explosão de Cidadania. Curitiba. 2000.
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Alameda Dr. Muricy

alameda dr muricy curitiba space
No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do FogoRua DireitaRua da EntradaRua da CariocaEstrada da MarinhaRua FechadaRua do RosárioRua do NogueiraRua das FloresRua do ComércioRua do Saldanha e Rua da Assembleia.
A antiga ‘’Rua da Assembleia’’ é atualmente a Alameda Dr. Muricy, que liga o Centro Histórico a Av. Visconde de Guarapuava, cortando importantes e históricas ruas como a Emiliano Perneta e a XV de Novembro.
O nome é uma homenagem a José Cândido da Silva Murici, o Dr. Murici (1827-1879). Natural de Salvador, o médico veio até o Paraná para se tornar um dos fundadores do Museu Paranaense e da Santa Casa de Misericórdia.
A homenagem a Murici aconteceu em 1912. Até então, o caminho de barro era conhecido como Rua da Assembleia e abrigava alguns estabelecimentos “das ditas mulheres de vida fácil, sendo a mais famosa a da francesa Madame Ginet”. No local – na esquina da Rua Cândido Lopes – funcionou a primeira Câmara de Deputados de Curitiba.
Alameda Dr. Muricy abriga em sua paisagem urbana importantes edificações do cenário curitibano. Ao longo da região é possível observar uma série de prédios considerados UIPs (Unidades de Interesse de Preservação), além da Casa Andrade Muricy e o Palácio Garibaldi, considerados Bens Tombados pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná. A Alameda possui uma extensão de cerca de 1,2 km.
Referências:
O ESTADO DO PR. Curitiba 287 anos. Texto de Cid Destefani.
GAZETA DO POVO. Ruas de Curitiba – Alameda Doutor Muricy. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br>.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p

Mercado Central

Mercado Central: carroças e caminhões sendo descarregados pela entrada da rua Curitiba. Ao fundo, parte da fachada do Minascentro, na avenida Augusto de Lima (Wilson Baptista)
Mercado Central: carroças e caminhões sendo descarregados pela entrada da rua Curitiba. Ao fundo, parte da fachada do Minascentro, na avenida Augusto de Lima

Fotos Paranaguá

Paranaguá é um município brasileiro localizado no litoral do estado do Paraná. É a cidade mais antiga do estado, tendo em seu porto a principal atividade econômica.Denominada pelos índios carijós como "Pernaguá" ("Grande Mar Redondo") que evoluiu para "Parnaguá" e, definitivamente, Paranaguá, a colonização desta região do Paraná teve início, aproximadamente, em 1550, primeiramente na Ilha da Cotinga e movida por interesse na extração de ouro, que se dizia abundante na região.Vinte anos depois, o paulista Domingos Peneda liderou a chegada dos pioneiros que conquistaram o território habitado pelos índios carijós, onde foram construídas as primeiras habitações deste novo povoado. Neste período foi iniciado o processo de comércio entre os portos de Paranaguá, Rio de Janeiro e Santos.Paranaguá significa "Grande Mar Redondo" em tupi-guarani, sendo "Paraná" o significado de Grande Rio e "Goá" o significado de Redondo, uma referência à Baía de Paranaguá.Cidade histórica datada da primeira metade do século XVI, tem em sua função principal a de porto escoador da produção do Estado que o interliga a todas as demais regiões, bem como a outros estados e ainda ao exterior. A construção de suas docas datam de 1934, quando passou a figurar entre os principais portos do Brasil, com a denominação de Porto D. Pedro II. Testemunha de mais de 400 anos de história, guarda ainda vestígios da época da colonização em seus casarios de fachada azulejadas, em suas ladeiras de pedra e em suas igrejas. Criado através da Lei nº 05 de 29 de Julho de 1648, e instalado na mesma data, foi desmembrado do Estado de São Paulo.
Principais Pontos Turísticos
FONTE VELHA OU FONTINHA
A Fonte Velha é a mais antiga construção da cidade. Teve origem no manancial Olho d’água, que vinha de tempos imemoriais, servindo a “taba carijó”. Simples fonte natural que servia ao abastecimento do povoado. Nesse tempo, o local da fonte era conhecido como Gamboa, sendo comum chamarem “Fonte da Gamboa”. Também chamada de “Fontinha” e “Fonte de Cima”, sua construção remonta ao século XVII e sofreu várias modificações e acréscimos posteriores.Durante 200 anos as casas da Vila e Cidade de Paranaguá foram servidas pelos “aguadeiros” que abastecendo na fonte, transportavam a água em uma carroça, recebendo dos usuários 100.000 réis por barril.A fonte foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1864. Está localizada na Praça Pires Padrinho – Centro Histórico.

MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DE PARANAGUÁO prédio do MAEP atualmente está sendo restaurado. É uma importante referência acadêmica e turística, com seu ruço acervo composto por mais de 25.000 peças, incluindo as coleções de arqueologia, cultura popular e etnologia indígena, além de vasta documentação textual, sonora e visual.Tombado em 1938, por ser considerado Patrimônio Artístico e Cultural, é o Antigo Colégio dos Jesuítas, um monumento da arquitetura do século XVIII. Levou muitos anos para ser construído e sua fundação oficial foi em 1755. Destinou-se ao estudo dos filhos dos aristocratas do sul, até os jesuítas serem banidos do reino pelo Marquês de Pombal.

PORTO D. PEDRO II
O Porto de Paranaguá é um grande terminal de cereais, considerado o maior porto exportador de grãos do Brasil. Situado no interior da baía de Paranaguá, sua influência estende-se a uma vasta região do Brasil, e é um porto escoador dos Países do Mercosul, Empresas internacionais, etc.Foi inaugurado em 1935. Sua existência até os dias de hoje está ligado aos cinco ciclos: ciclo do ouro, da erva-mate, da madeira, do café, e da diversificação, quando seu movimento passou a ser de exportação de milho, soja, farelo, algodão, óleos vegetais, etc. A visitação se faz mediante autorização da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA.O Porto D. Pedro II, principal escoador de grãos e carga em geral do sul do Brasil e do Mercosul, absorve grande parte da mão-de-obra disponível, mas é intenção do prefeito diversificar as atividades desenvolvidas no município, sem esquecer os projetos de responsabilidade exclusiva do poder público, como educação, saúde e ação social.

PALÁCIO VISCONDE DE NÁCAR
O prédio foi construído por volta de 1840 e ficou para sempre marcado como símbolo de uma época de aristocracia e nobreza local. Com características neoclássicas, era a sede do Governo da Província do Paraná.
O seu proprietário Comendador Manoel Antônio Guimarães, mais tarde Barão e Visconde de Nácar, tinha a pretensão de tornar-se o primeiro governador da Província por ser Paranaguá, na época cidade mais importante que a escolhida Curitiba, mas acabou tendo sua expectativa frustrada.

PALÁCIO MATHIAS BOHN
Construído no final do século XVIII, o local teve sua fachada reformada no estilo historicista, no final do século XIX, para se tornar Palácio Mathias Böhn, rico comerciante alemão, que se estabeleceu em Paranaguá. O Palacete Barbosa era comércio forte da Rua da Praia. Foi ocupado pela antiga Agência de Rendas, atualmente abriga a estação Náutica e posto de informações turísticas.

MONUMENTOS HISTÓRICOS
CASA ELFRIDA LOBO

Construída no final do século passado, serviu de residência a uma das mais tradicionais famílias parnanguaras.Retrata a majestosa arquitetura de sua época, através da beleza de sua fachada, suas portas-janela em arco, seus balcões ornados de belos gradis de ferro gusa e seu primoroso jardim. Nela viveu Dona Elfrida Lobo, conhecida como “Dona Elfridinha”, professora de francês de várias gerações. Foi uma das damas mais tradicionais e ativas da cidade. Em justa homenagem, a casa leva seu nome. Atualmente, hoje é sede do Centro de Letras, Coral Asa Branca, Associação Parnanguara de artes Visuais (APAV), Associação dos Artistas de Teatro, Centro de Valorização a Vida (CVV) e Alcoólatras Anônimos (AA). O prédio foi devidamente restaurada em dezembro de 2006, por profissionais que participaram do programa Monumenta.

CASA CECY
Considerada como marco da colonização árabe em Paranaguá, foi construída por por Musse Cecy e Esse Mattar Cecy, para servir de moradia e de comércio. Ali foi instalada a Padaria Cecy que funcionou até o início da década de 60.Hoje a Casa Cecy pertence ao Patrimônio Histórico, adquirido pela Prefeitura Municipal de Paranaguá, foi restaurada para eventos culturais da Cidade de Paranaguá e hoje abriga a Fundação de Cultura Nelson de Freitas Barbosa.

CASA MONSENHOR CELSO(Casa da Cultura)Acredita-se que as duas casas tenham sido construídas em épocas diferentes pela mesma família, cujo patriarca, João Manuel da Cunha, acrescentou “Itiberê” ao nome de seus filhos em função da paixão que tinha por Paranaguá. Na casa da Cultura nasceu Celso Itiberê da Cunha, sacerdote piedoso, de caráter brando e humilde, foi amigo sincero de todos e devotado da caridade. Sempre abriu mão de cargos importantes para ficar próximo de sua família. Na mesma casa nasceu outro ilustre parnanguara, Brasílio Itiberê da Cunha, diplomata do Império, foi embaixador do Brasil em vários países, inclusive na Áustria. Foi contemporâneo de Franz Lizt e Carlos Gomes. Este músico, poeta e compositor, tem em seu currículo, entre outras obras, “Rapsódias Brasileiras”, “Nocturne” e “Sertaneja”.

CASA DO HOMEM DO MAR
Antiga Alfândega
Prédio da antiga Alfândega de Paranaguá construído no final do antigo Boulevard Serzedelo, hoje avenida Coronel José Lobo. Pedra fundamental lançada em 1903 e inaugurado em 28 de outubro de 1911.Desativada a Alfândega em 1975. O prédio hoje, restaurado e reformado é a Casa do Homem do mar , com projeto futuro de sediar o Museu do Homem do Mar.A maior movimentação do porto graças ao comércio exportador de erva- mate, trouxe a necessidade de se criar em Paranaguá a Alfândega, o que se deu em 18 de junho de 1827, criada pela Junta da Fazenda da Província de São Paulo. Antes , a Alfândega, principal repartição pública do Império, ocupou as instalações do antigo Colégio dos Jesuítas.

Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da RochaA bela edificação conserva em seu interior um altar em estilo barroco, construído no primeiro quarto do século passado. Possui as mesmas características do Instituto de Educação em Curitiba e, que pertenceu ao Dr. Caetano, quando morava em Paranaguá.

IGREJA DE SÃO BENEDITO
Construída em 1784 por uma irmandade de escravos, era freqüentada exclusivamente pelos cativos, sendo, atualmente uma das melhores e mais autêntica edificações populares do colonial brasileiro. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1962 e restaurada em 1967. Registra em seu interior magnífico patrimônio sacro. Está localizada na Rua Conselheiro Sinimbu, no Centro Histórico.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS ( ILHA DA COTINGA)Localizada na Ilha da Cotinga, a capela destinada ao culto de Nossa Senhora das Mercês, foi construída em 1677, sendo demolida em 1699, para se erigir a Igreja de São Benedito no continente. Em 1955 foi pedida a reconstrução da antiga ermida, e em 17 de março do mesmo ano realizou-se uma procissão marítima de retorno da antiga imagem de Nossa Senhora das Mercês esculpida em pedra e vinda de Portugal. No ano de 1993 a capela foi finalmente reconstruída, sendo sua inauguração no dia 25 de abril. O acesso ao templo é feito através de rústica escada de pedra, formada por aproximadamente 365 degraus, proporcionando uma bela visão da cidade e do mar.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
A capela, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, foi edificada em 1578, na época da mineração, por escravos e libertos devotos de Nossa Senhora. Foi a primeira em solo paranaense e a primeira dedicada a Nossa Senhora do Rosário no Brasil. É o marco central do povoado e da Vila de Paranaguá, que cresceu ao seu redor. Em 1863, procedeu-se a benção da nova Igreja Matriz, com a provisão do bispado de São Paulo. Em 1962, passou a Catedral Diocesana, tendo sido tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1967. Está localizada no Largo Monsenhor Celso, no Centro Histórico.

PRAÇASPalco TutóiaConcebido para valorizar e integrar o conjunto paisagístico pela Praça de Eventos 29 de Julho, o museu, o velho casario e o rio Itiberê. Impressiona pelas suas dimensões e beleza, como se fosse uma embarcação, à vela, atracada na praça. A propósito, o significado de “TUTÓIA” na linguagem carijó é exatamente “que beleza!”. Foi inaugurado em 29 de Julho de 1999.

Praça da FéAntigo aterro do bairro do Rocio, urbanizado e transformado em espaço religioso para a realização da missa campal em devoção a Nossa Senhora do Rocio. No dia 15 de novembro, data em que se homenageia a Padroeira do Paraná, recebe milhares de fiéis vindos de todos os cantos do Brasil para agradecer as bênçãos recebidas. O marco, simbolizado pela pedra em destaque na Praça da Fé, reporta ao local onde a imagem foi encontrada e construída a primeira capela.

Praça de Eventos 29 de Julho
Localizada no setor histórico da cidade, este espaço reservado para eventos valoriza o casario e reúne monumentos que contam a história de Paranaguá, como o “Chafariz de Ferro Fundido”, marco da instalação de água na cidade no início do século; o “Obelisco” comemorativo a elevação de Paranaguá à categoria de cidade e o antigo bebedouro para animais, em ferro fundido.

Praça Fernando Amaro
Tradicional logradouro público que vem do início do século XIX. Denominada Fernando Amaro em homenagem ao destacado poeta e boêmio parnanguara daquele período. O local possui área de solo encharcado, saneada durante o governo Caetano Munhoz da Rocha e transformou-se numa das principais praças da cidade.Na área central existe um coreto, construído em 1914. Palco de muitas retretas, o local já foi o principal ponto de encontro de jovens parnanguaras.
Nela acontecem os tradicionais encontros no Café da Praça, sedia feiras culturais aos sábados e é freqüentada pela população em geral principalmente pelos aposentados.
GentílicoParnanguara
Aniversário da Cidade
29 de Julho
CARACTERÍSTICAS
ClimaSubtropical Úmido Mesotérmico.
Temperatura Média
- Verões frescos (temperatura média inferior a 22° C).
- Invernos com ocorrências de geadas severas e frequentes (temperatura média inferior a 18° C), não apresentando estação seca.
COMO CHEGAR
Partindo de Curitiba: PR-408
LocalizaçãoParanaguá
LimitesAntonina, Guaraqueçaba, Morretes, Guaratuba, Pontal do Paraná, Matinhos.
Acesso Rodoviário
PR-408 e PR-410
Distâncias91 km da Capital
TURISMOParanaguá possui grande capacidade turística e infra-estrutura, sendo o Berço da Civilização do Estado do Paraná.Seu patrimônio Natural e Cultural é de grande riqueza, além do Porto D. Pedro II, um dos mais importantes da Costa Brasileira.O Turista que vem à Paranaguá, vai se defrontar com os Casarios Históricos nas margens do Rio Itiberê, com a Ilha da Cotinga, com o Colégio dos Jesuítas (Museu), com a Catedral, com a Fontinha, onde, bem antes dos brancos, o povo carijó iá matar a sua sede, com a dança do Fandango, com os pratos típicos - o Barreado e o Pirão de Peixe, com inúmeras ilhas dentre elas a famosa Ilha do Mel.
Zeppelin em Paranaguá

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A velha Baixada, há 51 anos

A foto aérea, publicada na coluna Nostalgia da Gazeta do Povo, mostra parte do estádio Joaquim Américo em 1958 e também o velho ginásio do Atlético. Em primeiro plano a Av. Getúlio Vargas, e o cruzamento com a Buenos Aires. À esquerda, a quadra onde hoje situa-se a Praça Afonso Botelho.
Há 50 anos a Baixada parece que ficava no meio do mato. Hoje, é praticamente centro da cidade.
A coluna deste domingo traz também uma passagem pitoresca: o dia em que caranguejos apareceram no rio Água Verde, ganharam as ruas do bairro e foram parar até nos fundos do estádio do Atlético, onde a piazada se reuniu para caçar os bichos.

Formação Urbana de Curitiba

A região da atual cidade de Curitiba, teve como seus primeiros habitantes os índios Jês e os Tupis-Guaranis, sendo estes últimos, segundo Chmyz (1995, p. 42), os que tiveram contato direto com os portugueses que apareceram na região a procura de ouro por volta do século XVI. As primeiras cidades fundadas no Paraná foram as litorâneas; Curitiba surge de um povoado existente às margens do rio Atuba, o qual posteriormente será alterado para a região entre os rios Ivo e Belém onde, em 29 de março de 1693, é fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz e do Bom Jesus dos Pinhais de Curitiba.
Após sua fundação, a cidade não evolui de forma rápida e dinâmica; pelo contrário, sua expansão e crescimento foram tímidos. Como comarca de São Paulo, Curitiba começa a se destacar principalmente pelas suas economias: a erva-mate e o transporte do gado realizado pelas tropas. Devido a sua localização geográfica, a cidade era considerada um dos pontos de comercialização da erva-mate; sendo que, com a inauguração da estrada de ferro Curitiba – Paranaguá se "[...] marcou um ponto de inflexão no desenvolvimento econômico do Paraná. Por muitas décadas se constituiu no principal corredor de exportação da produção paranaense" (MENEZES, 1996, p. 57).
Menezes também destaca que em 1853 houve uma primeira tentativa de planejamento urbano de Curitiba, a qual tinha como fim a colocação da cidade como um espaço urbano moderno e apto a ser designada capital do estado; a cidade competia com Paranaguá para ser a sede administrativa do Paraná. Os primeiros mapas do centro de Curitiba datam de 1863 (figura 1), onde se observa os primeiros traçados da cidade os quais serão modificados por Pierre Taulois nos anos seguintes. Este urbanista, foi o responsável pela primeira transformação urbana de Curitiba com a realização do denominado "Plano Taulois". O documento, mesmo não sendo considerado um verdadeiro plano urbanístico, foi o marco inicial das ações de controle e delimitação de ruas, as quais seriam aprofundadas com o Plano Agache e o Plano Serete de 1943 e 1966, respectivamente.
Figura 1 – Planta de Curitiba 1863. Fonte: IPEA; USP; IPPUC, 2001.
Logo após a definição de Curitiba como capital do estado, uma das primeiras ações do novo governo foi o incentivo à migração de colonos de outros países. Italianos, poloneses, ucranianos, alemães, entre outros, povoaram a cidade a partir do ano de 1872; estes fizeram do Brasil sua nova pátria e da cidade sua nova moradia.
Inicialmente os maiores contingentes foram de alemães, poloneses e italianos, seguidos de um menor número de ucranianos, franceses, ingleses e austríacos entre outros. [...] Calcula-se que aproximadamente 30 mil imigrantes chegaram a Curitiba entre 1872 e 1900 e cerca de 27 mil entre 1900 e 1920. (MENEZES, 1996, p. 58).
A evolução urbana da cidade foi marcada pelo aumento da sua região de abrangência, expansão territorial e, ao mesmo tempo, pelo aumento populacional gerando ao final do século XIX um crescimento desestruturado de Curitiba. É interessante ressaltar que, mesmo com a expansão territorial da cidade, o centro urbano da capital mantinha o padrão dos primeiros traçados do Plano Taulois. Em 1894 a cidade de Curitiba já apresentava um considerável aumento no centro da sua localidade (figura 2).
Figura 2 – Planta de Curitiba 1894. Fonte: IPEA; USP; IPPUC, 2001.
Logo, tornar-se-ia Curitiba uma cidade de imigrantes, a qual continuaria a crescer impulsionada pela ligação ferroviária com o litoral, o que lhe g arantiria uma sintonia permanente com as novidades dos grandes centros nacionais e internacionais. Este desenvolvimento incentivou a formação dos primeiros hotéis nas proximidades da Estação Ferroviária (figura 3 e 4).
Figura 3 – Hotel Roma, Hotel Tassi e a Estação Ferroviária Fonte: Cartão postal circulado na decada de 1920. Acervo Leonardo T. Oba.
Figura 4 – Grande Hotel na Rua XV com Rua da Liberdade em 1908 Fonte: Gazeta do Povo – 25/05/1997
Ao término da década de 1930, as indústrias instaladas na capital e o crescimento populacional, resultado das imigrações promovidas no século XIX, foram motivos suficientes para sua reestruturação urbana. A figura 5 apresenta o adensamento urbano que Curitiba experimentou ao final daqueles anos.
Figura 5 – Planta de Curitiba 1937. Fonte: DUARTE; GUINSKI, 2002.
No ano de 1943, surge o Plano Agache, plano diretor urbano desenvolvido pela empresa Coimbra Bueno & Cia. Ltda. do Rio de Janeiro, o qual passa a organizar e estruturar a cidade através de "[...] diretrizes e normas técnicas para ordenar o crescimento físico, urbano e espacial da cidade, disciplinando o tráfego e organizando as funções urbanas.[...]" (IPEA; USP; IPPUC, 2001, p. 88). Os critérios adotados para formatação do plano diretor da cidade recaíram na delimitação de áreas com funções específicas ("centros funcionais"). A região industrial, a universitária, a destinada aos esportes, a região do comércio e abastecimento, a localidade administrativa onde já foi delimitada a região do atual Centro Cívico e ainda os locais de lazer e recreação (Ibid.). Com a delimitação do plano, Curitiba inicia um processo de gestão do meio urbano, baseado no zoneamento da cidade, outorgando funções específicas a cada bairro ou localidade existente, definindo ainda, uma expansão da malha urbana de forma eqüitativa e organizada.
A continuação desta estruturação dá-se na publicação do Plano Serete, resultado de um concurso público organizado pela Prefeitura Municipal de Curitiba, o qual tem como objetivo dar continuidade ao planejamento urbano da cidade, considerando o grande crescimento populacional que a mesma enfrentou naquelas décadas: "Entre 1940 e 1960, a população de Curitiba passou de 140 mil para mais de 350 mil habitantes. [...]"(IPEA; USP; IPPUC, 2001, p. 89). Na década de 1960, foram criados a URBS – Companhia de Urbanização de Curitiba, o IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba e a COHAB – Companhia de Habitação Popular de Curitiba. A partir daí, a capital paranaense passa a dar grande importância a sua estruturação viária, valorizada através do sistema de transporte urbano. A preservação e manutenção de áreas verdes em Curitiba tornaram-se marca registrada do novo modelo de gestão urbana da cidade, ação já conhecida desde as primeiras medidas administrativas, inclusive no Plano Taulois.
Figura 6 – Áreas de preservação da cidade de Curitiba Fonte: Cidade de Curitiba, s. d.
O desenvolvimento urbano de Curitiba continuou, o setor histórico passou por reformas estruturais e paisagísticas, valorizando sua arquitetura e a memória que carrega dentre seus espaços. Em 1985, a cidade ganho seu PMDU – Plano Municipal de Desenvolvimento Urbano, onde foram definidos novos rumos para o gerenciamento e a administração do meio urbano curitibano. Um ano depois, Curitiba ganha oito administrações regionais: Freguesia da Matriz, Cajurú, Bacacheri, Santa Felicidade, Campo Comprido, Pinheirinho, Umbará e a da região do Boqueirão, estas ações mostrariam o novo modelo descentralizador da gestão urbana que a cidade instituiria a partir dos anos de 1990.
Na última década as mudanças realizadas na cidade são perceptíveis aos residentes e aos visitantes que passam por Curitiba. Intervenções nas áreas de infra-estrutura e organização das ocupações irregulares são medidas tomadas pela nova gestão municipal. Vazios urbanos localizados nos bairros da cidade, assim como extensões de áreas verdes, próximas dos rios que cortam ou fazem o limite geográfico da cidade, são equipados como novos espaços de lazer e visitação:
No rio Passaúna, onde o governo do Estado faz uma represa para abastecimento de água, a Prefeitura cria novo parque com 6.500.000 metros quadrados. O número de bosques também cresce. [...] A antiga pedreira da Prefeitura no Pilarzinho é transformada num teatro natural, para apresentações de espetáculos musicais ao ar livre, e recebe o nome de Paulo Leminski [...] Ao lado da pedreira, o prefeito ergue um teatro de vidro e metal, com projeto em estilo art nouveau: a Ópera de Arame. (DUARTE; GUINSKI, 2002, p. 227-228).
Figura 7 – Parque Passauna de Curitiba Fonte: Site Curitiba-parana.net, 2011
Figura 8 – Opera de Arame de Curitiba Fonte: Site Tiptoptens.com, 2011
Novas transformações e adaptações ao espaço urbano serão realizadas de acordo com a demanda que a cidade apresente nas próximas décadas. Em 2004, a Prefeitura aprovou a Lei Municipal nº 11.266, a qual dispõe sobre a adequação do plano diretor de Curitiba ao Estatuto da Cidade – Lei Federal nº 10.257/01, sendo que: "Art. 2º. Esta lei complementa as diretrizes estabelecidas no Plano Preliminar de Urbanismo e no Plano Diretor de Curitiba, instituído pela Lei nº 2828, de 10 de agosto de 1.966, [...]" (CURITIBA, 2006). O planejamento continuo e estruturado da cidade de Curitiba reflete-se na aparente estruturação da sua legislação urbana.

Extrato adaptado e retirado de:

RAMÍREZ TORRES, Nicolás Jesús. Gestão do patrimônio histórico e desenvolvimento urbano sustentável: políticas públicas para o incremento do turismo em Curitiba. 2007. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2007. Disponível: http://goo.gl/ux8ms

Referências:

CHMYZ, Igor. Arqueologia de Curitiba. In: FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA. Boletim Informativo da Casa Romário Martins. Curitiba: origens, fundação, nome. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, v. 21, n. 105, jun. 1995. 280 p.
IPEA, USP, IPPUC. Gestão do uso do solo e disfunções do crescimento urbano: instrumentos de planejamento e gestão urbana: Curitiba. Brasília: IPEA, 2001. 288 p.
MENEZES Claudino Luiz. Desenvolvimento urbano e meio ambiente: a experiência de Curitiba. 2. ed. Campinas: Papirus, 2001. 198 p.